segunda-feira, 25 de julho de 2011

FALTAM CURSOS NA ÁREA DE PETRÓLEO E GÁS.


A Gas Petrol Services, voltada para cursos e especializações na área de petróleo e gás, é a primeira empresa do setor privado a dar aulas práticas em sonda própria de perfuração para as funções de torrista e plataformista. O diretor da empresa, Lenilson Silva, conversou com o repórter Daniel Fraiha e falou sobre a falta de mão-de-obra especializada no cenário nacional.

Como está a procura por mão-de-obra no mercado?

Está muito grande, as empresas estão precisando de gente que saiba operar, que tenha conhecimento prático, mas ainda falta muita gente. O grande problema é a falta de mão-de-obra especializada. Existem cursos na área, no Rio de Janeiro, em São Paulo, na Bahia… mas não têm equipamentos para aulas práticas, então ficam defasados. Por isso nós decidimos fazer uma sonda nossa, para poder atender a essa demanda que estava encontrando dificuldades de ser suprida.

Quando vocês decidiram ter uma sonda própria?

Há dois anos nós estamos investindo nisso já. A empresa de cursos já é bem antiga, mas houve mudanças ao longo do tempo. Antes era a Yep treinamentos, que durante 14 anos deu cursos em várias áreas, até de inglês. Cinco anos atrás decidimos criar a Gas Petrol Services, focada em cursos para a área de petróleo e gás, mas inicialmente éramos voltados para cursos de inspeção, de soldagem… ainda fazemos estes cursos, mas notamos que havia uma grande dificuldade no mercado em encontrar mão-de-obra especializada na área de sondas. Desde o ano passado já investimos R$ 700 mil para criar uma área que represente com fidelidade o que os trabalhadores vão encontrar na hora em que começarem de verdade. Já fizemos uma perfuração de 30 metros durante um dos treinamentos e a sonda foi construída pelos próprios engenheiros da empresa. Ficou pronta em oito meses. Nós somos pioneiros em Sergipe, e, no setor privado do Brasil inteiro, só quem tomou a iniciativa de reproduzir a área de trabalho para ensinar fomos nós.

Como é a divisão teórica e prática do curso?

São duas semanas com oito horas de aula por dia, sendo a primeira de aulas teóricas e a segunda de práticas. As aulas são dadas em sua maioria por pessoas que trabalharam ou trabalham para a Petrobras, que tem conhecimento técnico; são à noite e algumas em fins de semana. E a parte prática é nosso grande diferencial. Só o centro de treinamentos da Petrobras e o Senai têm sondas, sendo que as do Senai são de cinco metros e nem tem formato de sonda, enquanto a nossa tem 17 metros. O problema é que muitas vezes as pessoas querem fazer o curso, mas não tem dinheiro, porque custa de R$ 1.800 a R$ 2.500. Então cabe às empresas procurar a gente, e muitas vezes elas nos procuram já pedindo indicações. Nesses casos indicamos os melhores alunos, que mesmo assim passam por uma bateria de testes da própria empresa antes de assumirem os postos. Essa é a grande diferença entre ensinar a prática e ensinar só a teoria. Se alguém chegar lá e não souber colocar um cabo em bloco de coroamento, nunca tiver visto uma catarina descendo, vai quebrar a cara, eles vão perceber logo que a pessoa não sabe o que precisa saber.

Quais são as principais carências do mercado?

São de plataformista, de torrista e sondista. E são funções com bons salários. Um plataformista ganha em torno de R$1.800 e R$2.300, um torrista de R$1.800 a R$2.500 e um sondador de R$4.000 a R$5.000, sendo que quando se trata de offshore esses valores crescem cerca de 30%. Isso falando em salários de base. E em relação a locais, Moçoró, Bahia e Sergipe têm apresentado muita carência de profissionais especializados. Mas em outros estados também. Estamos apresentando o nosso trabalho para outras empresas de cursos, há até uma do Rio de Janeiro que está estudando se fará alguma parceria com a gente. Nossa idéia e crescer, mas principalmente formar mão-de-obra especializada.

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